quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

reduzir, reciclar, renovar, reutilizar * este ovo de madeira é utilizado para remendar meias. Já há muitos, muitos anos que remendo as minhas meias, que remendo roupa, que reutilizo roupa velha para fazer coisas novas e que uso a minha roupa até ao limite, ao ponto de alguns familiares e amigos me dizerem que é uma vergonha andar vestida da forma como ando. Não é por necessidade financeira que remendo é por convicção que uso tudo o que tenho até à desintegração. Odeio o desperdício, odeio produzir lixo, odeio o excesso.
O meu avô António Luiz era um pequeno agricultor muito organizado. Tinha 3 fatos completos que incluíam sapatos e chapéus. O fato domingueiro que utilizava ao domingo, em festas e em funerais. O fato de comércio que vestia quando ia vender os excedentes da sua produção ou quando ia comprar gado. E a roupa de trabalho. Simples, quando o fato domingueiro envelhecia, passava a ser o de comércio e quando este se desgastava passava a roupa de trabalho. E isto não tem nada que ver com sovinice, é uma forma de viver, dando importância a outros aspectos da vida. Antes isto era comum a toda a gente.
Quando o meu avô morreu, deixou o seu arado, a sua carroça e outros instrumentos de trabalho e o seu relógio. E isto era o que eu gostaria de deixar para trás, pouco.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Istambul, 2008
tülbend *é uma palavra turco-otomana que significa turbante, foi afrancesada, transformando-se em tulipe. As túlipas foram levadas da Turquia para a Holanda no séc. XVI.  A fotografia foi tirada quando as vi plantadas pela primeira vez.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

dinora*para além de fazer experiências culinárias muito interessantes, gosta de experimentar coisas novas, como voar, por exemplo. Depois de ter visto o clássico da Disney Dumbo, achou, por um motivo que salta à vista, que também ela conseguiria voar. Posso dizer que a coisa não correu muito bem.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

"imaginava teu quarto muito mais colorido"* já muitas pessoas me disseram isto, menos palavra mais palavra e tem graça porque realmente o meu quarto é  o que tenho de mais minimalista, isso e as minhas roupas monocromáticas. O quarto a que pomposamente chamo de atelier, é uma explosão de materiais (e agora que estou em arrumações, parece uma assustadora cratera de onde de vez em quando saltam uns estilhaços ). Mas os trabalhos que tenho feito são cheios de cor. Esta almofada é um exemplo disso.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

eu tenho dois amores*enquanto um faz os trabalhos de casa, o outro desenha o que lhe apetece, desta vez um elefante, um gato, uma canguru e um coelho num mar de estrelas e flores!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

obrigada* é o mínimo que posso dizer.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

hoje* Maria Inácia de Jesus ou Maria Inácia Duarte (tinha os dois nomes registados) faria 105 anos de idade e a sua bela máquina de costura faz 87. O meu bisavô no 18º aniversário da minha avó ofereceu-lhe uma máquina de costura. Que prenda fantástica e extraordinária, numa altura conturbada na história do mundo e do nosso país! Acredito que no meio da serra, deveria ser pouco usual uma prenda desta dimensão, mas há uma justificação para isso. A minha avó era a mais velha de quatro filhos, tinha sobrevivido por um triz à gripe espanhola e todos na família acreditavam que aquela menina frágil não viveria muito e muito menos arranjaria quem quisesse casar com ela. E por isso o meu bisavô queria agradar-lhe em tudo e facilitar-lhe o trabalho doméstico. Sim, porque apesar da sua constituição enfraquecida pela doença, era uma mulher e continuava a ter que fazer a roupa para os irmãos, lavar, passar, remendar... A minha avó casou numa idade pouco comum na altura, tinha 30 anos e o meu avô 31. Ninguém queria casar com eles, pois o meu avô ficara coxo com uma injecção recebida no tempo de tropa e a minha avó, depois da gripe espanhola, ficou com fama de doente. O que até tem graça, porque para sobreviver, era preciso ser muito saudável. Então decidiram casar-se os dois... pelo que oiço, foi uma boa união. Tinham em comum a honestidade, bom coração, capacidade de trabalho e teimosia, no resto lá se foram entendendo.
Imagino no dia de casamento ou uns dias depois, a máquina de costura envolvida numa manta, atada com baraços dentro de uma carroça e a descer a serra aos solavancos para a sua nova casa. Com esta máquina a minha avó fez roupa para o marido, para ela, para as filhas e com esta máquina a minha mãe e a minha tia aprenderam a costurar. Conheço a máquina desde sempre, porque vivi sempre com ela. Com esta máquina a minha mãe costurou roupa para ela e para os três filhos durante muitos anos. Infelizmente nunca consegui atinar com o pedal e encravava as linhas todas, mas verdade seja dita que era uma miúda a última vez que tentei, se calhar está na altura de tentar novamente. Uma máquina fantástica e ecológica, funciona a pernas e a mãos.
Tenho saudades de as ouvir, a ela e à primeira dona!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

em flor*hoje tive a oportunidade de ir passear!