segunda-feira, 31 de agosto de 2015

para onde vão os guarda-chuvas* de Afonso Cruz é um livro muito bonito. Mesmo muito, muito bonito. O adjectivo bonito pode parecer pequeno e banal, mas talvez ajude a perceber quão bonito é este livro se disser outras coisas que considero igualmente bonitas.

Pessoas a rir, sobretudo as minhas sobrinhas.
Quando ao entardecer, as sombras ficam tão compridas, que tudo é alto.
Benjamin Clementine a cantar.
As mãos das pessoas quando estão a fazer as coisas de que gostam.
As mãos de Benjamin Clementine.
Abraços.
Sorrisos que surgem em resultado de uma memória.
O som de uma orquestra, enquanto os músicos afinam os instrumentos.
O momento, em que ainda no palco, os actores deixam de ser a personagem.

No fim é como se todas as coisas bonitas do mundo desaparecessem, e parece que desaparecem, cada vez que sobrevivemos a mais alguém.