sexta-feira, 29 de agosto de 2014
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
terça-feira, 26 de agosto de 2014
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
domingo, 24 de agosto de 2014
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
ela*
ela tinha um sorriso inteiro
ela ensinou outras moças do seu tempo a ler e a escrever
ela e as companheiras, assim que ouviam a sirene da fábrica, largavam tudo e marchavam 6 Km para ir arranjar sardinhas, horas depois o trabalho estava feito, as mãos congeladas e ainda tinham que regressar
ela tinha uma horta
ela dizia çabolas e cultivava as mais bonitas
ela ensinou-me a debulhar milho, a apanhar tomate, a regar, a lavar tripas para fazer enchidos
ela ensinou-me a separar as batatas boas das más, eram más para nós, mas boas para os porcos, que as achavam deliciosas e com isso ensinou-me que as coisas são muito mais do que a sua aparência
ela fazia os melhores biscoitos, o melhor pão e a melhor manteiga cor-de-rosa
ela cheirava a sabonete português e a campo
ela fechava os olhos, ajeitava os óculos e o cabelo para dentro do lenço e por fim apertava o elástico do chapéu, sempre com gestos suaves
ela tinha um carrapito que nunca mais vi desde que ficou viúva
ela, quando a aldeia passou a vila, foi à Assembleia da República para assistir à declaração oficial
disse-me que achou aquilo pequeno, que na televisão parecia bem maior
acho que a Assembleia não está é muito habituada a receber pessoas grandes como ela
ela não era da minha família, não era minha vizinha, ela foi a minha primeira amiga
nunca lhe disse o quanto gostava dela, que estúpida, que estúpida, que estúpida que sou
as fotografias acima são excertos de um retrato dela, tirado pelo fotógrafo João Carrondo, que gentilmente mo ofereceu
ela tinha um sorriso inteiro
ela ensinou outras moças do seu tempo a ler e a escrever
ela e as companheiras, assim que ouviam a sirene da fábrica, largavam tudo e marchavam 6 Km para ir arranjar sardinhas, horas depois o trabalho estava feito, as mãos congeladas e ainda tinham que regressar
ela tinha uma horta
ela dizia çabolas e cultivava as mais bonitas
ela ensinou-me a debulhar milho, a apanhar tomate, a regar, a lavar tripas para fazer enchidos
ela ensinou-me a separar as batatas boas das más, eram más para nós, mas boas para os porcos, que as achavam deliciosas e com isso ensinou-me que as coisas são muito mais do que a sua aparência
ela fazia os melhores biscoitos, o melhor pão e a melhor manteiga cor-de-rosa
ela cheirava a sabonete português e a campo
ela fechava os olhos, ajeitava os óculos e o cabelo para dentro do lenço e por fim apertava o elástico do chapéu, sempre com gestos suaves
ela tinha um carrapito que nunca mais vi desde que ficou viúva
ela, quando a aldeia passou a vila, foi à Assembleia da República para assistir à declaração oficial
disse-me que achou aquilo pequeno, que na televisão parecia bem maior
acho que a Assembleia não está é muito habituada a receber pessoas grandes como ela
ela não era da minha família, não era minha vizinha, ela foi a minha primeira amiga
nunca lhe disse o quanto gostava dela, que estúpida, que estúpida, que estúpida que sou
as fotografias acima são excertos de um retrato dela, tirado pelo fotógrafo João Carrondo, que gentilmente mo ofereceu
segunda-feira, 4 de agosto de 2014
Átila* quer que Rocha mate Lucífer, em troca Rocha quer livre acesso ao chinês, digo, Japonês para o matar devagar. O Japonês dá um valente sopapo em Átlia e Rocha na tentativa de arrombar uma porta, acaba por voar através de uma janela de um primeiro andar, e aterra em cima de uma múmia egípcia. Rocha olha para o chefe com ar atarantado e diz: "este tipo está todo ligado, mas juro que não fui eu".
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