cilindro* assim termina mais um desafio, esta menina deu-me alguma luta, mas aqui está.

alfinetar* é um dos verbos que mais pratico. Está quase, quase, amanhã já estará pronta.

almofada* todas as crianças sabem que as fadas dos dentes são ávidas coleccionadoras de dentes de leite, o que não sabem é que elas trabalham muito. De manhã fazem doces, depois, durante a tarde, enquanto os chocolates, rebuçados, caramelos, frutas cristalizadas, arrefecem, consultam os calendários e os nomes das meninas e dos meninos a quem vão cair dentes nesse dia, de seguida formam as equipas de recolectoras:
Lírio da Noite e Rosa Celeste - rua das Flores - incisivo lateral superior da Lara e primeiro molar superior da Mia;
Narciso Poente e Açucena Nascente - rua da Liberdade incisivo central inferior do Vasco e de seguida passam na travessa da Laranjeira onde o Renato perdeu um canino superior… e assim continua a coordenadora do núcleo de fadas dos dentes a fazer a chamada das equipas.
No início do pôr-do-sol já todas as fadas estão prontas e assim que o último raio de luz solar desaparece as equipas começam a sair.
Do lado de fora das janelas dos quartos das meninas e dos meninos desdentados, as fadas certificam-se que os dentes são colocados por baixo das almofadas, esperam ansiosas pelo fim das histórias que os pais estão a ler. Depois dos beijinhos dados, das almofadas e lençóis aconchegados, apagam-se as luzes e tem início a grande missão de trocar dentes de leite por doces. Todas as fadas dos dentes têm um certificado de treino ninja e até hoje não houve uma única criança que se tivesse apercebido da presença destas criaturas aladas nos seus quartos.  

forrar* hoje fiz estas duas forras interiores, não gosto de fazer coberturas de almofadas e depois coloca-las directamente em cima de enchimento. Amanhã, pelo menos uma destas raparigas, irá ter uma nova pele, da série almofada dos dentes.

almofada dos dentes* ontem não me foi possível cumprir o desafio, mas irei compensar no fim-de-semana.

família arco-íris* nasceram todos de um acaso feliz, uma gota de chuva encontrou-se com um raio de sol e puff lá foram aparecendo um a um para cumprir a dura missão de combater os dias cinzentos. Os arco-íris normais têm sete cores, mas esta família tem pouco de normal e não  liga muito a regras, nem sequer às leis da física. Conseguem descobrir a menina que nasceu hoje?
Bom fim-de-semana!

leão da estrela* hoje nasceu um azul e quando o coloquei junto do Jovelino foi uma algazarra.

Jovelino* é do sporting, portanto é um leão (não se deixem enganar pelas orelhas), gosta de passear, de dormir e gosta de brincar, estes dias sem sol aborrecem-no fica muito mal nas fotografias sem luz natural…

Anthímio* nasceu no meio do anticiclone dos Açores, anda sempre com a cabeça nas nuvens, ai não se apercebeu da depressão e catrapum, não, não caiu, mas não ganhou para o susto com mais um trovão daquela malandra cumuloninbus… apre, que arrepio de frente fria.
As minhas preferidas são as fofas cumulus, mas Anthímio não consegue decidir-se gosta de todas e já me disse que quando a feira chegar à cidade, a primeira coisa que vai fazer é comer algodão doce.

Obrigada Anthímio de Azevedo por todas as suas conversas, nada aborrecidas, sobre tempo.

Concórdia* é pacifista, tanto que não gosta muito de si quando se irrita, porque sabe que a ira é o princípio de todo o tipo de violência. As únicas intolerâncias que tem são à violência e à lactose, tem reacções violentas na pele quando assiste a más educações, injustiças, gritarias, agressões e quando consome produtos derivados de leite.

 

a família está a crescer* e hoje vai tudo ver a bola e ao vivo!

Joaquim* é tímido, mas não é um tímido que se diz tímido, é um dos verdadeiros, é daqueles que sente a timidez em todos os momentos, mesmo quando está sozinho cora de vergonha, mesmo a falar sozinho gagueja, mesmo quando está sozinho tropeça porque se sente observado… na verdade para além de tímido sofre de mania da perseguição, é hipertenso, e toma gotas para a ansiedade, até agora a ansiedade não diminuiu, mas parece-lhe que as taquicardias já não são tão frequentes.

Rosa* é uma menina, gosta de vestir cor-de-rosa, cheirar rosas pela manhã, usar água de rosas, coleccionar pétalas de rosa, que conserva nas páginas do seu livro O Romance da Rosa. A Bun e a Rosa estão agora a travar conhecimento, mas já descobriram um problema, a Bun é alérgica a tanta rosa, gosta mais de túlipas.

 

Bun* tem um riso muito bonito e não precisa de muito para fazer uso dele. A felicidade retira-a de pequenos prazeres como passar a ponte e ver Lisboa com aquela luz especial, ou comer um belo gelado no verão, ou então ano após ano procurar o folar perfeito. Gosta de comer pêssegos frescos, gosta muito de fruta, gosta de ir ao mercado comprar fruta e legumes e gosta de vegetar com ou sem pantufas.

vermelho Lipnitskaia* as segundas feiras são o meu dia oficial de abraçar a wonkiness, porque não dá para parar muito tempo sobra pouco para o desafio. Mas aqui está o que consegui fazer. 

Ontem de noite fui deitar-me ainda arrepiada e emocionada depois de ter visto o programa curto de  Julia Lipnitskaia na competição que está a decorrer na China (podem ver aqui), hoje andei a rodopiar de um lado para o outro e há pouco fui buscar a caixa dos tecidos vermelhos.

em branco* hoje usei um tecido branco pérola. Estas coberturas de almofada com a abertura tipo envelope são simples de fazer e muito práticas.

travesseiro* sem fecho nem botões, só abertura atrás e já está.

antes e depois* perdeu o groove dos anos 70, ganhou uma nova pele amovível e mais clean.

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uma mudança desejada*
1. este menino felpudo está na família há 40 anos, talvez seja a crise da dita idade,
mas pediu-me que lhe fizesse uma makeover 
2. comecei por lhe fazer um peeling (sempre tive vontade de o ver por dentro)
3. um pouco de acupunctura
4. para cobrir a esponja fiz-lhe uma derme nova, de pano cru.

Agora tem que descansar um pouco e amanhã já terá a pele renovada.

Hoje como o sol anda a brincar às escondidas com as nuvens, cada fotografia tem uma luz diferente...

decidi começar por acabar* há dois anos desenhei e escolhi os tecidos, o ano passado estava assim (carregar no assim) e depois ponto a ponto com a velocidade das mãos lá fui abraçando o desalinhamento (tradução mal amanhada que arranjei para uma expressão de que gosto muito -  embrace the wonkiness). Há minutos dei os últimos pontos, passei a ferro e aqui está. Nunca tinha dado um abraço tão apertado à wonkiness. Já contei como foi feito, agora vou contar a história dos materiais usados.
A fita negra que serve de moldura e a linha cor de laranja foram-me oferecidas pelos meus tios, que depois de fecharem a sua retrosaria me deram uma infinidade de tesouros. O tecido laranja comprei há uns anos no mercado mensal de Lagos, estava num monte de tecidos com defeitos, que os fabricantes vendem ao quilo, aos vendedores ambulantes. Os outros tecidos foram comprados, pela minha mãe, entre os anos 80 e 90 e são os restos de roupa que fez para nós ainda com a máquina Singer da minha avó - o das riscas foi para um conjunto blusa e saia para a minha mãe, o de fundo branco e o de fundo preto para uns vestidos iguais que a minha irmã e eu vestíamos muito infelizes. Pergunto-me se alguma vez teremos saído todas juntas assim vestidas e essa ideia faz-me rir até às lágrimas.