semana número 36*
Li:
The Gayer-Anderson Cat de Neal Spencer - que a minha irmã me trouxe do British Museum, é um pequeno livro com aquilo que se sabe desta belíssima peça que está em exposição no museu. Não se sabe onde foi encontrada, tanto pode ter sido num templo, como num cemitério de gatos/dádiva, como num sepulcro de alguém. Não se sabe em que período foi esculpida, nem se o propósito foi conter uma múmia de gato ou não, pode ter sido feita oca para esse propósito ou simplesmente para poupar metal. Mas o que se sabe é como chegou a Bayer-Anderson e daí ao museu.
Vi:
Life (Vida Inteligente) - um pormenor que nada tem que ver com a qualidade do filme: gosto quando actores conhecidos interpretam personagens secundárias que são as primeiras a morrer. Gostei mais deste do que do Interstellar. Achei os efeitos especiais excelentes em ambos. Não simpatizo nada com MacConaughey, tenho uma lista de actores, com os quais não vou à bola, nem ao mercado, nem à praia... não consigo, no meu cérebro os alarmes começam todos a tocar ao mesmo tempo "ALERTA, ALERTA MÁ PESSOA", se calhar são adoráveis e gostam de lagartixas e de passarinhos. Para além disso a ideia de pronto estragamos este planeta, vamos lá procurar outro para destruir, o que importa é salvar a espécie humana, porque é de uma qualidade superior e vale a pena preservar a todo o custo - não consigo. Um piloto que se tornou agricultor e que há anos não toca numa nave é colocado de imediato ao comando de uma... tanta coisa... deixa dois filhos, mas só a filha é que interessa, quando regressa, nem sequer pergunta se o filho ainda é vivo... mais de duas horas de filme a engonhar e menos de uma a tentar resolver uma trapalhada. (Isto era o que deveria ter escrito a semana passada, fiquei a remoer e agora saiu em supetão). Regressando ao Life, agradou-me, que as personagens tivessem alguma consciência, apesar do estranho entusiasmo a lidar com um tipo de vida desconhecido, de que as coisas poderiam correr muito mal, e quando tudo se começou a desmoronar o objectivo principal foi tentar proteger o planeta Terra. Gostei do desespero do fim.
Por falar de fins, há umas semanas vi um filme sobre o qual me esqueci de escrever: Home Sweet Hell (Lar Não Tão Doce Lar) - é um filme de que me esqueceria facilmente não fosse um momento de génio. Não me recordo de alguma vez ter visto o uso tão inteligente do som para contar o fim de uma história, mesmo no fim do filme, deixa de se ver imagem, começam a passar os créditos e ouve-se o que acontece - adorei.
Proxima (O Espaço Entre Nós) de Alice Winocour - gostei de como mostraram a relação mãe/filha. Achei muito interessante o facto da filha ser bilingue e, numa ocasião em que estava particularmente chateada com a mãe usar a língua materna do pai. Achei que a pressão colocada pelo colega de missão, interpretado por Matt Dillon (este é outro com quem não vou à praia), não foi bem explorada, percebo o que foi pretendido, mas achei que poderia ter sido mais do que só umas bocas foleiras, claro que não é necessário chegar à violência de um GI Jane, mas compreendo que a subtileza de que o machismo é capaz não é fácil de traduzir para filme.
Fiz mais oito estrelas e comecei a costurar os blocos uns aos outros.