sexta-feira, 26 de maio de 2023

semana número 21*

Li:

Karen, de Ana Teresa Pereira - a sensação ao ler Karen foi a mesma de quando vejo filmes de Hitchcok, gostei. Quando as personagens e cenários são anglófonos, mas escritos por uma autor português, parece-me estar a ler uma tradução, não sei, algo parece fora do sítio.

Entre os Lençóis (Between the Sheets), de Ian McEwan - um pequeno livro de contos. Este autor sabe bem como a estranheza produz curiosidade e como isso capta o leitor. 

Vi:

All the Money in the World (Todo o Dinheiro do Mundo) - nunca entenderei o "quanto mais tenho mais quero" de que tantas pessoas padecem.

Eggshell - uma curta metragem sobre violência. Simples e bem feito.

The Pale Blue Eye (Os Olhos de Allan Poe) - gostei de quase tudo. O ambiente está muito bem feito. Só no fim é que me lembrei de onde conhecia o actor que interpretou Poe.

Baby J de John Mulaney - ri, mas sempre com um fundo de tristeza, nem por um momento me esqueci  da realidade do que estava a falar - "a dependência é uma besta que dá cabo do desejo". O final é particularmente engraçado e triste, como o cérebro fica em papa com o uso de drogas.

Há dias em que Laura Marling e Lisa Hannigan têm que andar por aqui. "Lá estás tu a ouvir essas músicas deprimentes". Só acho bonito, não acho triste, gosto especialmente quando são só viola (ou outros instrumentos no caso de Hannigan) e voz.

No Domingo fui passear com a minha mana ao longo da antiga margem da barragem da Bravura. Estava mesmo a precisar daquele silêncio, foi um excelente início de manhã, no entanto foi desolador ver o nível de água tão baixo, ainda o verão não chegou, e é sempre tão longo... Passadas umas horas trovoada e chuva forte, melhor só se a chuva tivesse continuado por uns dias. Hectares e hectares de eucaliptos e pinheiros onde raramente se vê uma azinheira ou um sobreiro, uma tristeza e um crime.



sábado, 20 de maio de 2023

semana número 20*

Terminei de ler O Livro da Selva (The Jungle Book) de Rudyard Kipling. Fiquei surpreendida, por vários motivos:
- Não sabia que era um livro de contos
- Os três primeiros são sobre Mowgli, os outros não
- O meu preferido foi A Foca Branca
- Não gostei muito do livro
- Apesar de pequeno, demorei muito a terminar e pensei mesmo em abandonar a sua leitura.

Vi:

Down on a Dark Hall (Corredor Assombrado) - Fraco, a ideia não era má, mas não me ocorre nada para elogiar.

Jaws 3D (Tubarão 3D) - mas sem óculos 3D - muito mau
Jaws The Revenge (Tubarão IV A Vingança) - péssimo

Já sem ser da saga Tubarão, mas com tubarões - Shark Bait (Perigo em Alto Mar) - o que dizer? Muito mau. A personagem principal é uma pessoa normal que acha que roubar duas motas jet ski é uma péssima ideia, ainda mais num país estrangeiro, e quando todos, menos ela, passaram a noite a beber, mas mesmo assim deixou convencer-se pelos seus excelentes amigos... Agora que sou uma especialista em filmes com tubarões, nos últimos tempos vi seis, posso dizer que é tradição as personagens serem estúpidas e os tubarões não estão com fome de comer, mas de assassinar. Talvez detestem a estupidez e a queiram exterminar à dentada.

Está a passar uma série documental na RTP2 excelente - Terra Histórias da Cerâmica. Vi dois episódios e adorei. Cada episódio fala de dois ceramistas e do seu trabalho, e fiquei tão feliz de rever Catarina Nunes, que tive o prazer de conhecer há uns anos, quando viveu em Lagos. Gosto muito do seu trabalho e ela é uma simpatia com quem dá gosto conversar.

Lixei as cadeiras que encontrei há umas semanas ao pé de contentores do lixo, no dia seguinte alguns dos meus músculos queixaram-se e relembraram-me que já não tenho vinte anos.

No sábado fui à biblioteca buscar mais uns livritos e ouvir mais umas opiniões e gostei muito.

sexta-feira, 12 de maio de 2023

semana número 19*

Li: Léxico Familiar de Natalia Ginzburgo, é o primeiro livro que leio desta escritora, portanto não tenho como saber se a sua escrita costuma ser assim tão desapaixonada, ou se o é aqui porque fala da sua família e de acontecimentos reais e não pretendeu ou não conseguiu fazê-lo de outra forma. Repete muito os mesmo tipo de conversas e confrontos e manias e características dos seus familiares mas quando chega a acontecimentos que mudaram drasticamente o rumo da sua vida, refere os mesmos em breves frases secas.
Na capa do livro estava um quadro que achei muito bonito, de Felice Casorati (amigo da autora), não conhecia este pintor e fui pesquisar, gostei muito. O pai de Natalia detestava os seus quadros, mas o pai de Natalia não gostava praticamente de nada nem de ninguém.

Vi:
Jaws (Tubarão) - pa ram, PA RAM, PA RAM

Pela primeiríssima vez, incrível como há clássicos (com quase 50 anos acho que posso classificar como clássico) que nos escapam , pelo menos à geração a que pertenço, com acesso muito limitado, até certa altura, a determinados filmes. Ou porque só tínhamos dois canais, ou porque passavam pouco na televisão, ou demasiado tarde. Gosto especialmente da estupidez das personagens, é imensa e abundante. A disputa "a minha cicatriz é maior que a tua", é uma anedota repetida em tantos filmes e séries, será que foi aqui que teve a sua origem? Tive vontade de fazer uma maratona Steven Spielberg por ordem cronológica. 

Jaws 2 - já sem Spielberg como realizador. É interessante, que apesar do primeiro não ser grande filme, consegue ter algo mais interessante, este é muito mais entediante, mas a estupidez continua em força. Os anos que passaram entre os dois filmes, trouxeram uma melhoria de tecnologia, mas isso pouco importa porque a história é mal contada. Os diferentes tipos de reacção a uma situação horrível, são sempre interessantes de ver. Uma rapariga em pânico é descrita como histérica, um miúdo paralisado pelo medo como parvo. Uma heroína que ajuda e salva o miúdo, rapidamente esquecida.

The Count of Monte-Cristo (A Vingança de Monte Cristo) de 1975 - Não é bom, o de 2002 é bastante melhor, ainda não li o livro e fiquei com vontade de o ler. Também ainda não vi a versão de 1998 e fiquei curiosa.

Wild Things (Ligações Selvagens) - péssimo. Ando a ver muitos filmes maus, quando ando a procurar o que há disponível parece que tudo o que gosto muito já vi e repeti, na tentativa de ver algo novo calham-me camafeus.

Há uns dias estava a passar uma vista de olhos pelos canais, em busca de qualquer coisa e num canal desportivo estava a decorrer uma partida Netball, nunca tinha ouvido falar. É tão estranho, tem um cesto semelhante ao de basquetebol, mas sem tabela. Cada equipa tem sete jogadores e o ritmo é lento. Comentei com a minha irmã que parecia um jogo criado para miúdas de um colégio de freiras interno. Pois as jogadoras vestem uns vestidos/calção muito femininos e quase não há contacto físico, nem grandes correrias que isso não é coisa para meninas de bem.
 
Raja, de Felice Casorati

sábado, 6 de maio de 2023

semana número 18*

Listas, sucessões de listas, de afazeres, e agora semana após semana também aqui pareço estar a escrever  uma lista do que fiz no tempo livre que tenho muito aprisionada.

Fiz uma lista para o mês de Maio umas coisas simples e outras mais complexas para fazer. Fiquei muito satisfeita com a lista, mas logo o meu cérebro tratou de me passar a perna e tropecei numa meada de pensamentos que... é muito cansativo isto de querer e tentar e tentar e tentar... Não me importo de viver  ilha o problema é ser península.

A semana correu sem grandes solavancos, já consegui riscar algumas coisas da lista. A cama da ervilha está em modo parado.

Vi:

Loved (Os excessos do Amor), Run  (Corre!) e Don't Breath 2 (Nem Respires 2)

Há uma linha comum nestes três filmes, as personagens têm uma ideia muito distorcida de amor. As definições de amor são sempre positivas e o mais simples que se pode dizer é que aqueles que amamos são aqueles a quem queremos bem. Simples, sem Pantones cinza. A equação Agressor + Agredido = Amor é repetida nos três filmes. No primeiro numa atmosfera poética que revolta o estômago, e em todos esta coisa de justificar o abuso com o trauma sofrido.

Gone (12 horas para viver) - comecei a ver com a sensação de que já o tinha visto e já tinha. Não é grande coisa.

The Bye Bye Man (O Nome do Medo) - O filme é péssimo, acho que em grande parte porque os actores não são bons. Mas a ideia base é bastante boa, dizer o nome do mal como invocação do mesmo e a necessidade de cometer atrocidades para não perpetuar o sofrimento e proteger os outros.

Visita Guiada - desta vez sobre O Sanatório de Sant'Ana, muito, muito interessante.

A final do Campeonato Mundial de Snooker, foi muito emocionante e impressionante. A capacidade de reagir de superar, ou quase. No fim, o alívio do vencedor e a aceitação comovida do segundo classificado. Gostei muito.