segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

manjericos dobados
dobar*é, segundo um vulgar dicionário, enovelar o fio de uma meada, dar voltas a, fazer novelos. Hoje dobei a minha última meada, juntei este último novelo aos outros e percebi que dobar é muito mais do que isso. Sim, transformei uma meada num novelo e enquanto dei voltas e voltas ao fio cheguei à conclusão que dobar é uma tarefa que exige muita, muita paciência, é uma preparação para o trabalho seguinte e dá tempo às mãos para pensarem no que vão fazer a seguir. Não peguei logo nas agulhas para começar a transformar os novelos. Peguei na máquina fotográfica e estive a brincar um bocadinho com estes manjericos!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Adosinda e Jeremias, numa das suas discussões


















costurar*adoro todo o processo de escolha de tecidos, combinação de cores, cortar, alfinetar, alinhavar, coser. Este casal está a ser preparado para ir para uma casa nova.
Outra pessoa vai ter que assistir às contínuas discussões, amuos e reconciliações... 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

alguns dos jogos com que brincávamos nos dias de chuva

























cresci nos anos 80* isso pode não parecer nada de especial, mas é! Vivo num prédio representante dessa década. Foi construído em 85, numa zona próxima de um centro histórico, no meio do campo onde antes eram quintas. Existiam apenas três prédios, onde vivo, e os dos lados e mais nada, sem estradas, sem passeios, sem iluminação pública, sem nome de rua, a rua ainda não existia. Amendoeiras, figueiras e alfarrobeiras era tudo o que havia. E hoje penso que foi engraçado ter vindo do campo morar para este lugar específico, acho que isso facilitou a vida dos meus irmãos e a minha.
Mas um prédio só se torna especial quando tem gente lá a viver. Desde 74 que as pessoas continuavam a chegar ao país. Todos os meus vizinhos foram emigrantes: Suiça, França, Austrália, África do Sul e Angola. Quando os conheci tinham entre 50 e 60 anos e viveram muitas décadas fora do país. Alguns sem saber ler e escrever, e sem sequer saber falar a língua falada nos países que os receberam. Passados mais de vinte anos, já muitos morreram... penso que beneficiei muito do contacto que tive com eles. Pessoas muito mais velhas do que eu e com histórias de países e culturas muito diferentes do nosso.
Pertenço à última geração que brincou na rua sem ser dentro de uma vedação de rede. Claro que ainda há muitas crianças que brincam na rua, mas já não é ponto comum entre todos da mesma idade.
E agora esta geração está a sair em grande número para outros países, conheço pessoas a viver e a trabalhar no Canadá, no Brasil, na Austrália, em Inglaterra e em Espanha.
A emigração sempre foi assim empurrada por ciclos de necessidade. Desejo a maior sorte aos e/imigrantes, e aos que não migram também.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

trabalho de Richard Lang e Judith Selby Lang























o belo, o feio, a indiferença e a inacção*Richard Lang e Judith Selby Lang são um casal, são "recolectores", são artistas plásticos e são activistas. E dizem algo muito simples "The opposite of beauty, really, is not ugly. The opposite of beauty is indifference!"
Gosto muito desta afirmação, porque a inacção vem da indiferença e as duas não fazem nada de bom juntas. Agrada-me que algo como uma tampa de iogurte colorida que andou pelo mar, seja unida a outro bocado de plástico qualquer e se transforme ao mesmo tempo num manifesto anti-desperdício e em algo bonito. Parte do trabalho destes artistas pode ser visto aqui.