sábado, 30 de setembro de 2023

semana número 39*

Terminei de ler A Tale of two Cities de Charles Dickens. Esperava bastante melhor. 

Vi: 

Watch Inside the Mind of a Cat - um documentário sobre gatos. 

Radioactive (Radioactivo) - gostei quando mostraram as repercussões das descobertas no futuro. Não fazia ideia que Irène Curie também tinha recebido um Nobel.

Terminei a manta (ainda não consegui tirar uma fotografia decente). Terminei duas estrelas (enchi apenas com desperdício de costura que vou guardando). Comecei mais umas coisas.

A semana terminou com a última super Lua do ano (depois de várias tentativas consegui tirar uma fotografia).





sexta-feira, 22 de setembro de 2023

semana número 38*

Terminei de ler Rebecca de Dapnhe du Maurier, tinha visto a versão cinematográfica realizada por  Hitchcock e a mais recente de 2020, e quando encontrei um volume em inglês na biblioteca, fiquei toda contente, achei que podia ser bom. O livro é muito melhor que os filmes, apesar de a primeira versão ser muito mais fiel aos acontecimentos e ao carácter das personagens, ambos pecam por se desviar de uma parte que acho de extrema importância: quando Jack Favell apresenta um bilhete e tenta extorquir dinheiro a de Winter, que reage de uma forma que surpreende, e muito, a sua mulher e o seu melhor amigo. No primeiro esta cena, que no livro ocorre em Manderley, decorre estupidamente no carro a meio do inquérito policial, no segundo é ainda pior, pois chacina os diálogos, as reacções, tudo. 
O ambiente do livro é extraordinariamente envolvente. Achei admiráveis as descrições da imaginação catastrófica de Mrs de Winter, da sua insegurança e da sua timidez (características que depois explicam muito bem a aceitação de uma realidade, que para a maioria das pessoas seria chocante, mas que para ela foi uma feliz revelação pois queria dizer que o seu marido a amava). Nunca tinha visto nada assim num livro, claro que isso nos filmes também se perdeu. Imagino que adaptar um livro de 400 e tal páginas para o cinema não seja a coisa mais simples de fazer, mas a versão de 2020 alterou a essência das personagens, porque actualmente não se podem contar histórias de homens com 43 anos que casam com uma miúda, que nem 20 teria, que a maltrata e é ela quem lhe pede desculpa, mas dever-se-ía.

Vi dois episódios da série Quantum Leap, é fraquita, mas tive curiosidade, pois a série de 1989 foi uma das minhas preferidas quando era miúda, se revisse agora, certamente seria uma desilusão, mas houve um verão em que ía a correr da praia para casa, para não perder um episódio.

Enquanto costurava, vi/ouvi a nova temporada de Glow Up, a vencedora foi a minha predilecta desde os primeiros minutos. Adoro ver o que conseguem criar.

Estou quase, quase a terminar a manta de Natal. Tenho uma estrela quase terminada.





sexta-feira, 15 de setembro de 2023

semana número 37*

Terminei de ler As Toleradas da Póvoa do Varzim (1871-1950) de Celeste da Rocha Coelho e Roberto Linhares de Castro Pires Martins - um estudo sobre a prostituição legalizada na Póvoa do Varzim. As raparigas com 16 anos já podiam matricular-se como prostitutas, a maioria escondia a sua profissão da família. Vinham de concelhos do interior e diziam aos familiares estar a servir em casa de alguém ou a fazer trabalho de costura (de facto a grande maioria das toleradas tinha sido criada de servir ou costureira. Profissões onde as raparigas eram facilmente abusadas pelos patrões ou "namorados" e depois abandonadas e despedidas por terem má conduta). Ao estarem legalizadas uma das suas obrigações era a inspeção sanitária semanal, que pensei ser um pouco mais criteriosa, mas consistia apenas em medir a temperatura, perguntar se estavam menstruadas ou grávidas e verificar se tinham tosse. Sendo que o objectivo era sobretudo prevenir a disseminação de doenças contagiosas sobretudo as venéreas, estas inspeções eram bastante ineficazes, pois só quando já apresentavam sinais de doença bastante visíveis é que eram proibidas de continuar a trabalhar e encaminhadas para o tratamento. Um processo muito triste , injusto e revoltante, pois tinham que pagar a inspeção e ainda eram encarceradas na cadeia até terem vaga no hospital. Uma grande miséria de vidas já miseráveis desde o início. Felizmente alguns médicos eram humanos e na tentativa de ajudar as prostitutas insistiram junto dos legisladores que fossem feitas mudanças e ao longo do tempo foram sendo estabelecidas regras de higiene nos colégios (bordéis) que fizeram com que o número de mulheres infectadas e consequentemente o dos seus clientes, diminuísse. Ao longo destes anos de que trata o estudo, as raparigas e mulheres iam para a Póvoa, sobretudo nos meses de Verão, mas a partir de certa altura algumas foram ficando ao longo de todo o ano. Nos registos quase todas as mulheres que sobreviviam, acabavam por ir viver para outros lugares, algumas conseguiam abandonar a profissão e casar, mas outras desapareciam. Achei estranho que não dessem qualquer justificação para estes desaparecimentos, é certo que os registos poderiam não ser muito rigorosos, mas a verdade é que não seria de estranhar, que tal como hoje, estas mulheres fossem facilmente alvo de homicídio. 

Revi uma miscelânea de meias coisas, resultado de zappings impacientes. Até que cheguei a All Creatures Great and Small (Veterinário de Província), uma série fofinha que está a dar na RTP2. Apesar de começar logo com um aviso - 1937... o que significa que o que estamos a ver são os últimos tempos felizes das personagens por quem já sinto carinho. A personagem principal é James Herriot um moço tímido que gosta de animais.

No sábado fui à biblioteca, e de todas as vezes acho que não consigo ir, por algum motivo, mas quero ir, então vou e depois volto toda contente.

Terminei de costurar os blocos de estrelas uns aos outros. Com os restos comecei a experimentar umas coisas. 



sexta-feira, 8 de setembro de 2023

semana número 36*

Li:

The Gayer-Anderson Cat de Neal Spencer - que a minha irmã me trouxe do British Museum, é um pequeno livro com aquilo que se sabe desta belíssima peça que está em exposição no museu. Não se sabe onde foi encontrada, tanto pode ter sido num templo, como num cemitério de gatos/dádiva, como num sepulcro de alguém. Não se sabe em que período foi esculpida, nem se o propósito foi conter uma múmia de gato ou não, pode ter sido feita oca para esse propósito ou simplesmente para poupar metal. Mas o que se sabe é como chegou a Bayer-Anderson e daí ao museu. 

Vi:

Life (Vida Inteligente) - um pormenor que nada tem que ver com a qualidade do filme: gosto quando actores conhecidos interpretam personagens secundárias que são as primeiras a morrer. Gostei mais deste do que do Interstellar. Achei os efeitos especiais excelentes em ambos. Não simpatizo nada com MacConaughey, tenho uma lista de actores, com os quais não vou à bola, nem ao mercado, nem à praia... não consigo, no meu cérebro os alarmes começam todos a tocar ao mesmo tempo "ALERTA, ALERTA MÁ PESSOA", se calhar são adoráveis e gostam de lagartixas e de passarinhos. Para além disso a ideia de pronto estragamos este planeta, vamos lá procurar outro para destruir, o que importa é salvar a espécie humana, porque é de uma qualidade superior e vale a pena preservar a todo o custo - não consigo. Um piloto que se tornou agricultor e que há anos não toca numa nave é colocado de imediato ao comando de uma... tanta coisa... deixa dois filhos, mas só a filha é que interessa, quando regressa, nem sequer pergunta se o filho ainda é vivo... mais de duas horas de filme a engonhar e menos de uma a tentar resolver uma trapalhada. (Isto era o que deveria ter escrito a semana passada, fiquei a remoer e agora saiu em supetão). Regressando ao Life, agradou-me, que as personagens tivessem alguma consciência, apesar do estranho entusiasmo a lidar com um tipo de vida desconhecido, de que as coisas poderiam correr muito mal, e quando tudo se começou a desmoronar o objectivo principal foi tentar proteger o planeta Terra. Gostei do desespero do fim. 

Por falar de fins, há umas semanas vi um filme sobre o qual me esqueci de escrever: Home Sweet Hell (Lar Não Tão Doce Lar) - é um filme de que me esqueceria facilmente não fosse um momento de génio. Não me recordo de alguma vez ter visto o uso tão inteligente do som para contar o fim de uma história, mesmo no fim do filme, deixa de se ver imagem, começam a passar os créditos e ouve-se o que acontece - adorei.

Proxima (O Espaço Entre Nós) de Alice Winocour - gostei de como mostraram a relação mãe/filha. Achei muito interessante o facto da filha ser bilingue e, numa ocasião em que estava particularmente chateada com a mãe usar a língua materna do pai. Achei que a pressão colocada pelo colega de missão, interpretado por Matt Dillon (este é outro com quem não vou à praia), não foi bem explorada, percebo o que foi pretendido, mas achei que poderia ter sido mais do que só umas bocas foleiras, claro que não é necessário chegar à violência de um GI Jane, mas compreendo que a subtileza de que o machismo é capaz não é fácil de traduzir para filme. 

Fiz mais oito estrelas e comecei a costurar os blocos uns aos outros.



sexta-feira, 1 de setembro de 2023

semana número 35*

Vi:

C'est quoi cette famille?! (Mas que Família é esta?!) de Gabriel Julien-Laferrière - sete crianças andam de casa em casa, devido aos vários divórcios dos pais. Decidem que já chega - querem viver todas juntas na mesma casa e fazem um calendário de pares de pais que devem cuidar delas ao longo da semana. Achei uma excelente ideia. Ao ver isto lembrei-me de um miúdo que conheci há uns anos, vivia com nove irmãs, sendo que algumas eram meias irmãs da parte do pai, outras meias irmãs da parte da mãe e outras filhas de ambos. Do que me contou percebi que ele gostava muito de ter uma família tão grande e que gostava muito das irmãs. Algum tempo depois soube que os pais se divorciaram, não sei como se organizaram, mas lembro-me de ter pensado como era injusto para os miúdos terem que se separar.

Interstellar - éc, esperava bem melhor.

Costurei mais sete estrelas, quatro delas são blocos mais simples, no centro têm apenas um quadrado. Já tenho uma constelação jeitosa, mas ainda quero fazer mais.