sexta-feira, 25 de agosto de 2023

semana número 34*

Li:

Terminei de ler Deception de Philip Roth - este livro é construído apenas por diálogos, um escritor chamado Philip (talvez a primeira ilusão) conversa com as suas amantes, com o seu amigo casado com uma das suas amantes, com a sua mulher. A mentira é uma constante ao longo do livro, mente ao amigo, mente à mulher, as amantes mentem, todos mentem. Só depois de o terminar é que percebi algumas das conversas. 

A Minha Primeira História de Portugal - comprei este livro há uns anos, por causa do ilustrador, mas só agora é o que o li na totalidade, é um vómito de propaganda nacionalista e colonialista, só faltou dizer que Salazar foi o máximo, aliás quase que o fizeram. Numa obra de 1982, com actualização de 1996, esperava algo melhor. Gostei de quase todas as ilustrações, mas a capa é péssima.

Lillias Fraser de Hélia Correia - há frases muito boas, a ideia não é má. Ao longo da leitura pensei várias vezes, como é que isto vai acabar? O fim foi decepcionante e precipitado. 

Vi:

Munich: The Edge of the War (Munique à Beira da Guerra) - é interessante, mas quando a realidade e a ficção se mistura, acaba por ser estranho...

Poltergeister - gostei como a família e a casa foram apresentadas. Apesar de não ter sido realizado por Spielberg, parece. As escadas para o piso superior da casa foi o que achei de mais assustador. 

A Hidden Life (Uma Vida Escondida) - Terrence Malick tem esta capacidade de mostrar paisagens deslumbrantes, planos lindíssimos enquanto as pessoas vão sofrendo e muito. 
Um assimilado numa das suas tentativas de convencer Franz a jurar lealdade a Hitler diz: "a consciência é uma coisa perigosa transforma as pessoas em cobardes". É particularmente perturbador que alguém que vivia no meio de montanhas, numa vida comunitária bem estabelecida, em que a maioria das pessoas eram agricultoras, uma  pequena povoação austríaca, intocada pela guerra, excepto no que diz respeito à mobilização militar, tivesse discursos de ódio contra refugiados e estrangeiros e dissesse que os os homens são enviados para a guerra para defenderem a sua terra (quando na realidade iriam juntar-se ao exército agressor e invasor).

Uma pequena curiosidade: o actor August Diehl em Uma Vida Escondida é um objector de consciência austríaco e em Munique à Beira da Guerra é um nazi alemão assustador. Achei-o mais convincente como personagem assustadora.

Algumas provas do Campeonato Mundial de Atletismo, fico sempre maravilhada com o que os atletas  são capazes de fazer. Adoro quando ficam contentes com os seus resultados.

Costurei mais uma estrela e cortei mais uns tecidos. 


sexta-feira, 18 de agosto de 2023

semana número 33*

Revi:

The Pianista (O Pianista) - é muito bom ver este tipo de coisa com adolescentes, faz-nos ver como o passar do tempo nos faz habituar à crueldade. Não sei como foi possível, mas acomodei-me à ideia de que as pessoas podem ser assim tão terríveis. Não era a surpresa dela que me deveria surpreender mas a ausência da minha. 

Vi:

Enemy at the Gates (Inimigo às Portas) - a minha cena preferida: quando correm a porta da carruagem  do comboio e se vê a reacção dos soldados que lá estão dentro. Não é mostrado o que está a acontecer, os soldados recuam e são forçados a sair e avançar, só depois se vê a então Estalinegrado. 

Jojo Rabbit -  gostei, há cenas hilariantes. Estava a estranhar a fixação com os sapatos usados por Scarlet Johansson, mas não tardou a perceber porquê.

HHhH (O Homem do Coração de Ferro) - achei muito bem construído. Fui ler mais sobre o assunto, porque aquela traição pareceu-me tão absurda... mas infelizmente aconteceu mesmo, a voz popular diz que foi por dinheiro, mas alguns historiadores dizem que foi por medo que destruíssem/assassinassem mais uma vila inteira.

Suite Française (Suite Francesa) - quando se fala na segunda Grande Guerra, as denúncias são uma constante especialmente em países ocupados. O seu motor era o medo, a fome? Havia algum tipo de recompensa para quem denunciava? Neste filme a denúncia que destrói a aparente e frágil tranquilidade que se vivia, era uma verdade embrulhada numa mentira, como muitas o foram na realidade. Não houve recompensa, mas uma espécie de castigo a quem denunciou, sendo que outros sofreram muito, mas muito mais por causa do orgulho da denunciante.

Behind the Line: Escape to Dunkirk - posso dizer que foi o pior filme de guerra que já vi, e depois de chegar a esta conclusão questionei-me porquê. As imagens são boas, os cenários não são maus, o guarda-roupa parece-me bem, os actores não são brilhantes, nem sequer grande coisa, mas acho que o que estragou mesmo o filme foi: a péssima escolha de música e onde foi colocada e os diálogos, muito mal escritos. Depois há um pormenor homens, prisioneiros em más condições o mínimo que lhes acontecia, nem vou para a má nutrição, doenças, frio, sujidade, o mínimo era que lhes crescessem as barbas.

De slag om de Shelde (The Forgotten Battle) - gostei. A grande diferença entre filmes de guerra feitos  pela máquina de Hollywood e feitos noutros lugares é que o medo é muito mais mostrado. As personagens não são máquinas onde só cabe valentia, honra, coragem ou vilania. O medo, o terror, as lágrimas, a desorientação, o choque são muito mais credíveis do que acabar de se matar alguém, ver morrer dezenas de pessoas, sobreviver a bombardeamentos e  de seguida comportarem-se como se fosse só mais uma terça-feira.

The Last Days (Os Últimos Dias) - Documentário sobre sobreviventes húngaros do Holocausto. É desolador. É interessante ouvir as memórias que as pessoas decidem/conseguem partilhar.
Aquelas pessoas são admiráveis, sobreviveram ao terror, perderam as suas famílias, refizeram as suas vidas do nada e mesmo assim consegue ver-se alegria no seu discurso.
Já o médico alemão que também é entrevistado usa expressões de uma frieza desumana. Não compreendo como este homem não foi condenado.

Depois desta dose exagerada de segunda Guerra Mundial estou a vomitar nazis... Não é fácil compreender que alguém nos anos 30 considerasse a ideologia nazi boa ideia, mas é muito mais difícil compreender os movimentos neo-nazis.

Vi ainda Painkiller - uma amiga aconselhou-me esta minisérie. Sabia que era uma medicação muito perigosa e que muitas pessoas se tinham tornado dependentes, mas estava muito longe da realidade. A frustração de quem luta contra o poder e a ganância...

Costurei mais um pouco, terminei a almofada/cama da F. (acho que foi aprovada por sua alteza felina) e mais umas estrelas.


sexta-feira, 11 de agosto de 2023

semana número 32*


Li:

O Rosto de Valter Hugo Mãe, com ilustrações de Isabel Lhano.

Revi:

Gothika de Mathieu Kassovitz - não sei porquê, mas de vez em quando vejo este filme, vi-o pela primeira vez numa sala de cinema vazia. Aconteceu-me algumas vezes, porque gosto de ir ao cinema sozinha e de tarde, com alguma culpa por se estar a gastar energia apenas para mim, mas ao mesmo tempo é uma experiência muito interessante. Talvez por isso o veja, para tentar recriar aquela tarde. Tem algumas coisas de que gosto muito.

Vi:

Pride and Prejudice and Zombies (Orgulho e Preconceito e Guerra) - é péssimo, mas mesmo assim não é a pior adaptação de Jane Austen para cinema ou televisão. O que acharia a autora disto? Depois do choque de ver imagens a ser projectadas talvez ficasse aterrorizada por ver mortos vivos ou pior por ver tantas pessoas a falarem umas com as outras sem serem apresentadas previamente.

Costurei mais duas estrelas, o mesmo tipo, mas com métodos diferentes.

Mais uma partida de Tac (desta vez com alguma violência verbal, porque o meu irmão é... especial), de Party e uma espécie de Trivial, só falta jogar às cartas para fazer o pleno de férias de Verão.



sábado, 5 de agosto de 2023

semana número 31*

Li: 

O rapaz que não se tinha quieto de Rita Taborda Duarte, com ilustrações de Ana Ventura.

Os meus amores chegaram, e logo na primeira noite jogámos TAC, duas partidas uma mais curta e outra mais longa, pelo meio observamos a lua. A felicidade é isto.

Terminei de costurar os quadrados todos. Fiz um bloco em forma de estrela, uma das muitas variantes de estrelas que existem.