semana número 14*
Li:
Americanah de Chimamanda Ngozi Adichie, mais uma vez difícil de pousar (para uma próxima vez já sei que livros desta senhora é melhor começar numa sexta-feira, porque não os consigo largar até terminar), gostei mais de A Cor do Hibisco, mas este também é bom. O livro não é sobre isto, mas fiquei a pensar que a forma como a personagem principal, uma mulher bonita, inteligente e atraente se relaciona com homens é estranha, assume que eles têm o papel de a adorar e magoa-os muito. Talvez esteja a ser muito dura com Ifemelu, mas em todos os seus relacionamentos sérios foi assim que a interpretei.
Ifemelu sentiu-se negra pela primeira vez nos Estados Unidos, numa entrevista, Trevor Noah disse precisamente a mesma coisa, e ele viveu os seus primeiros anos no Apartheid e a adolescência numa África do Sul a tentar reformar-se. A minha amiga E. vive na Califórnia há alguns anos e das primeiras impressões que me transmitiu foi de que há uma obsessão dos americanos pela raça, de etiquetar as pessoas.
Vi: (esta semana não me senti muito bem, por isso tentei animar-me com uma overdose de filmes)
The Father (O Pai) - com Anthony Hopkins e Olivia Colman - gostei muito.
I See You (À Espreita do Mal) - gostei, mais um classificado como de terror, mas é um drama/mistério.
Agatha and the Truth of Murder (Agatha e a Verdade do Crime) - entretem, uma criação do que Agatha Cristhie teria feito de facto quando desapareceu em 1926.
A Nice Girl Like You (Uma Boa Menina Como Tu) - é bastante mauzito, uma jovem mulher com problemas de intimidade, ao terminar o namoro, o namorado diz que ela é demasiado inibida dizendo que é pornografiafóbica. É bastante absurdo que intimidade e sexo continue a ser confundido como sendo o mesmo. Este tipo de filme é mesmo uma desilusão a retratar mulheres, homens e relacionamentos. Valeu pelo belo sorriso de Leonidas Gulaptis.
The Guernsey Literary and Potato Pie Society (A Sociedade Literária da Tarde de Casca de Batata) - Finalmente a prova de que um filme com a estrutura passada a papel químico de qualquer filme de Hallmark, pode ser giro, apesar de ser igual a dezenas e dezenas de filmes péssimos. Basta colocar um cenário de pós-guerra muito bem feito, bons actores que não parecem manequins com cirurgias plásticas e voilà já não é péssimo, não é excelente, mas depois de se ver não parece que perdemos células cerebrais essenciais para continuar a viver.
A estrutura: mulher bem sucedida com um noivo podre de rico, sente-se perdida, vai para uma zona rural isolada onde se encontra. Torna-se instantaneamente amiga intima de uma série de pessoas que adoram o homem mais maravilhoso do mundo e em poucos dias ela e ele apaixonam-se, não lhe diz que está noiva e o noivo aparece para vermos a desilusão nos olhos do homem mais maravilhoso do Universo. Ela regressa para a cidade grande onde vive, percebe que não pode casar com o noivo. Ela e o homem mais maravilhoso de todas as galáxias reencontram-se, casam-se e vivem felizes para sempre. Tudo muito casto e simples. (A única coisa que acontece em todos os outros e não aqui - odiarem-se quando se conhecem).
The Shallows (Águas Perigosas) - éc, mauzito, mas gostei das soluções McGyverianas.
The Curse of La Llorona (A Maldição da Mulher que chora) - péssima maquilhagem da personagem fantasmagórica, quase adormeci, e vi durante o dia. Mas tem algumas cenas boas. Engraçado que dias depois vi no Público uma referência a um filme La Llorona, também de 2019, será que se baseia na mesma lenda?
The Prodigy (O Prodígio) - gostei de algumas coisas. Fim aberto para uma continuação?
Um episódio da série de Visita Guiada da RTP2, sobre a casa de Veva de Lima - gostei muito.
Fiz:
Dois folares que não saíram nada bem...
Estou a fazer uma cama da Princesa da Ervilha, foi começada em 2021, e estou determinada em acabar nas próximas semanas. A ideia é usar apenas materiais que já foram outra coisa, e tenho tanta coisa no meu ninho de esquilo, que acho que consigo. E vou tentar não usar pregos ou parafusos. Este torneado está quase pronto: