madeiras* há 25 anos, numa aula de trabalhos manuais, fiz esta prateleira para caixas de fósforos para oferecer à minha mãe. Que mundo tão diferente ainda com professores a cheirar a Salazar número 4. A turma era dividida ao meio e rotativamente estávamos ora com a professora, que ensinava tecelagem, bordados e trabalhos em papel, ora com o professor que se dedicava ao ensino das madeiras e argila. Trabalhei nisto cheia de orgulho, não indiferente ao facto do professor considerar os rapazes seres mais inteligentes e competentes, e para quem as meninas deviam ficar-se pelos bordados, como se para bordar não fossem necessárias competências e inteligência. Mas também aí as raparigas tinham de ouvir a professora a fazer elogios rasgados aos rapazes por estarem a fazer ponto de cruz, não por estarem a fazer bem ou melhor, mas apenas por estarem a bordar.
Esta coisinha torta de que gosto muito, claro que nunca foi usada, mas encontrei-a há uns tempos muito amarrotada.
Comecei por lixar, depois usei primário, lixei novamente, a seguir pintei, lixei outra vez e por fim mais uma demão de tinta.