quarta-feira, 27 de junho de 2018

178*
Na próxima exposição em que participar tenho que fazer um diário de bordo, porque a minha memória não é suficiente para guardar tudo o que acontece. 

Esta manhã foi prolífera:

A monarquia em Portugal não acabou, disse com uma raiva semi-contida. Ai, cá vamos nós, pensei e respondi: Suponho que o senhor seja monárquico. Ouvi o sim mais orgulhoso de sempre. Falou muito e sempre a testar-me, às tantas uma questão colocada de forma importante: Você tem linhagem?, ao que respondi: Sim, povo mais povo que eu impossível. Apesar do choque que teve, a coisa parecia que iria continuar, quando fui salva por uma rapariga, uma repórter, que estava a gravar uma entrevista ali ao lado e vinha pedir silêncio, pois a voz grave do senhor estava a fazer interferência no sistema de som. O meu cérebro saltitou de alegria e gritou: Obrigada, mil vezes obrigada. Foi-se embora, não sem antes me segredar: Estas coisas só me acontecem a mim.
Isto é o que se chama ter o rei na barriga.