sexta-feira, 10 de março de 2023

semana número 10*

Esqueci-me de dizer na semana passada que vi o documentário Becoming, simpatizo com Michelle Obama, acho-a inteligente e forte. Gostei que na divulgação do livro tenha feito aqueles encontros com grupos pequenos. Incomoda-me o endeusamento, percebo a admiração e que a vejam como um grande exemplo, talvez seja uma questão cultural, há um culto da celebridade muito estranho nos Estados Unidos.
Não é possível que as pessoas que se tornam famosas a este nível, não comecem a sofrer de algum tipo de problema de saúde mental. Mesmo a mais equilibrada das pessoas deve ficar um bocado avariada. Comovi-me quando, quase no fim, uma senhora lhe disse que nunca pensou viver num tempo em que teria um presidente e uma primeira dama como eles.

No fim-de-semana vi:

The road, tinha lido o livro há uns anos e finalmente consegui ver o filme, é tão angustiante como o livro, achei as interpretações extraordinárias. Tal como nos filmes A Silente Place, a mesma ideia de que para sobreviver não é necessário deixar de se ser humano. Nestes universos apocalípticos o que é sempre mais aterrorizador, não é a fome, ou os monstros, mas um possível encontro com outras pessoas.

The Hunt, de Graig Zobel, (aconselho o homónimo de Vinterberg que é excelente), nesta caçada estava à espera de um thriller saiu-me uma comédia, a mais violenta que já vi. É como os comentários na internet, o que faz sentido, porque é por aí que  a coisa começa. A interpretação de Betty Gilpin, fez-me lembrar Jodie Comer em Killing Eve, mas não tão boa. Foi surpreendente, gosto quando não sei o que vai acontecer.

Durante a semana: 

Terminei de ver/ouvir a segunda temporada de The Next in Fashion, enquanto costurava, acho sempre fantástico o que conseguem fazer em tão poucas horas, fiquei contente com os finalistas, eram aqueles por quem estava a torcer. Fico sempre com pena por não darem prémios a todos. Devem receber uma espécie de ordenado por participarem no programa, mas mesmo assim acho que, pelo menos os finalistas, deveriam receber mais qualquer coisa.

Vi Selective Outrage de Chris Rock, é forte, nalgumas transições achei-o nervoso e inseguro, aquilo parece-me difícil de fazer como um raio. No fim achei que não estava satisfeito, que a coisa não lhe correu como queria. O que mais me fez rir foi quando o alvo foi o absurdo, o ridículo, tal como na sua série Everybody Hates Chris (que há uns anos era o momento zen da minha mana e o meu, aliás durante uns anos na RTP2 passaram muitas séries cómicas a uma hora que ambas conseguíamos parar para ver). Rock parece um pastor fervoroso, usando técnicas semelhantes, como a repetição e o andar de um lado para o outro, os gestos e entoações exagerados, mas as aleluias e os améns são substituídos por obscenidades. Não gosto muito do estilo dele, mas algumas piadas são excelentes. Esperava algo mais elegante em relação ao tema Smith. Não querendo estragar nenhuma piada, gostei muito quando disse que vivemos num mundo onde as emergências dos hospitais estão cheias de pessoas com cortes de papel.
Dos comediantes que tenho visto neste registo, os meus preferidos são Dave Chappelle e Ricky Gervais. Chappelle ao contrário de Rock está em palco muito sossegado, fala como se estivesse a reflectir sobre as coisas. É um comediante que espicaça o nosso cérebro, é excelente. Gervais parece um miúdo malandreco a divertir-se, agora vou dizer isto hihihi e a gente ri-se com ele.

Li Assim Como Tu de Raquel Salgueiro e Jorge Margarido e Avô Minguante de Daniela Leitão e Catarina Silva. Na minha opinião, os livros vencedores do concurso de Literatura Infantil do Pingo Doce têm melhorado consideravelmente, e gosto mais deste formato dos últimos anos. 

Estou a fazer catorze sacos de pano cru simples, tinha cortado o tecido, para os fazer para uma exposição individual, há uns anos, mas não consegui na altura. Enfim, faço agora, já não com a ideia inicial, mas ficam prontos para uma próxima.