semana número 33*
Revi:
The Pianista (O Pianista) - é muito bom ver este tipo de coisa com adolescentes, faz-nos ver como o passar do tempo nos faz habituar à crueldade. Não sei como foi possível, mas acomodei-me à ideia de que as pessoas podem ser assim tão terríveis. Não era a surpresa dela que me deveria surpreender mas a ausência da minha.
Vi:
Enemy at the Gates (Inimigo às Portas) - a minha cena preferida: quando correm a porta da carruagem do comboio e se vê a reacção dos soldados que lá estão dentro. Não é mostrado o que está a acontecer, os soldados recuam e são forçados a sair e avançar, só depois se vê a então Estalinegrado.
Jojo Rabbit - gostei, há cenas hilariantes. Estava a estranhar a fixação com os sapatos usados por Scarlet Johansson, mas não tardou a perceber porquê.
HHhH (O Homem do Coração de Ferro) - achei muito bem construído. Fui ler mais sobre o assunto, porque aquela traição pareceu-me tão absurda... mas infelizmente aconteceu mesmo, a voz popular diz que foi por dinheiro, mas alguns historiadores dizem que foi por medo que destruíssem/assassinassem mais uma vila inteira.
Suite Française (Suite Francesa) - quando se fala na segunda Grande Guerra, as denúncias são uma constante especialmente em países ocupados. O seu motor era o medo, a fome? Havia algum tipo de recompensa para quem denunciava? Neste filme a denúncia que destrói a aparente e frágil tranquilidade que se vivia, era uma verdade embrulhada numa mentira, como muitas o foram na realidade. Não houve recompensa, mas uma espécie de castigo a quem denunciou, sendo que outros sofreram muito, mas muito mais por causa do orgulho da denunciante.
Behind the Line: Escape to Dunkirk - posso dizer que foi o pior filme de guerra que já vi, e depois de chegar a esta conclusão questionei-me porquê. As imagens são boas, os cenários não são maus, o guarda-roupa parece-me bem, os actores não são brilhantes, nem sequer grande coisa, mas acho que o que estragou mesmo o filme foi: a péssima escolha de música e onde foi colocada e os diálogos, muito mal escritos. Depois há um pormenor homens, prisioneiros em más condições o mínimo que lhes acontecia, nem vou para a má nutrição, doenças, frio, sujidade, o mínimo era que lhes crescessem as barbas.
De slag om de Shelde (The Forgotten Battle) - gostei. A grande diferença entre filmes de guerra feitos pela máquina de Hollywood e feitos noutros lugares é que o medo é muito mais mostrado. As personagens não são máquinas onde só cabe valentia, honra, coragem ou vilania. O medo, o terror, as lágrimas, a desorientação, o choque são muito mais credíveis do que acabar de se matar alguém, ver morrer dezenas de pessoas, sobreviver a bombardeamentos e de seguida comportarem-se como se fosse só mais uma terça-feira.
The Last Days (Os Últimos Dias) - Documentário sobre sobreviventes húngaros do Holocausto. É desolador. É interessante ouvir as memórias que as pessoas decidem/conseguem partilhar.
Aquelas pessoas são admiráveis, sobreviveram ao terror, perderam as suas famílias, refizeram as suas vidas do nada e mesmo assim consegue ver-se alegria no seu discurso.
Já o médico alemão que também é entrevistado usa expressões de uma frieza desumana. Não compreendo como este homem não foi condenado.
Depois desta dose exagerada de segunda Guerra Mundial estou a vomitar nazis... Não é fácil compreender que alguém nos anos 30 considerasse a ideologia nazi boa ideia, mas é muito mais difícil compreender os movimentos neo-nazis.
Vi ainda Painkiller - uma amiga aconselhou-me esta minisérie. Sabia que era uma medicação muito perigosa e que muitas pessoas se tinham tornado dependentes, mas estava muito longe da realidade. A frustração de quem luta contra o poder e a ganância...
Costurei mais um pouco, terminei a almofada/cama da F. (acho que foi aprovada por sua alteza felina) e mais umas estrelas.